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quinta-feira, junho 26, 2008

 

As coisas que broxam.

Então eu tinha arrumado outro emprego. Era um emprego legal (tirar fotos de velharias e enfiar num site), perto de casa (uma casa que na verdade não é minha) e conseqüentemente próximo do cursinho. Um triângulo que dava tranqüilamente pra fazer a pé todos os dias, uma rotina calma e que eu estava gostando, porque o que eu mais tenho raiva nessa cidade é ter que pegar transporte público. Eu até estava de olho em um quarto (que na verdade é uma cozinha) em uma república que tem uma árvore de lírios imensa na frente, e as coisas estavam, por um lado, dando certo.

Daí na segunda-feira o meu chefe me chamou de canto e começou: "Existem, no mercado de trabalho, as pessoas que trabalham e as pessoas que gostam daquilo que estão fazendo". Nesse ponto em diante, eu fui pegando as palavras-chave pra balançar a cabeça na hora certa e fazer um comentáriozinho qualquer que mostrasse que eu estava ali, mas na minha cabeça eu estava tentando descobrir onde a conversa ia acabar e se eu ia poder dormir até às onze no dia seguinte.

Depois dele contar todas as peripécias da juventude como proletário por força de vontade além da dos demais e falar que precisava de alguém que, se a ocasião pedisse, ficasse com ele até meia-noite no trabalho - coisa que eu, estudante de cursinho, não poderia fazer - e estivesse lá todos os dias pra ajudá-lo a fazer a empresa crescer, o que conseqüentemente aumentaria o salário dos funcionários, e o dele, obviamente, porque ele dá a vida por aquilo ali. "Meu sócio tira, limpinho pra ele, R$50.000. Eu tenho que fazer a empresa render mais, porque eu estou me desgastando enquanto podia estar trabalhando em outras companhias e ganhando melhor do que eu estou agora". Daí eu balancei a cabeça uma última vez e disse "É, eu não sou quem você está precisando", peguei o resto do meu dinheiro e sai.

26 dias. E eu continuo batendo meu próprio recorde!

Mas, o caso é que eu broxei. Violentamente. Daquelas broxadas que não existe ser no mundo que abrace seus ombros e fale "Acontece", ou, se alguém tiver piedade pra isso, você não vai ligar.

Porque eu nem estava odiando o emprego, eu estava fazendo o que me era solicitado, e nem assim era bom o bastante. Acho que vou ao circo tentar o emprego de títere humano. É capaz que em 20 dias eles vejam que eu não danço tão bem quanto eles controlam.

posted by Mariana Waechter  # 1:24 PM
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