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segunda-feira, outubro 01, 2007

 
A Catarina morreu atropelada. O tio Jairo morreu sozinho. A felicidade dura tanto quanto a tristeza e o tempo passa sem que ninguém veja. Aproveitar o momento é só aproveitar o momento e a saudade virá invariavelmente a todos os que ficarem.

Odeio as perguntas que não tem resposta, e se tem, são respostas inventadas por um monte de perdidos cheios de metáforas bonitas que inventam deuses ou sentidos para a própria miséria, e isso inclui todos os meus ídolos e exemplos, porque não existe um padre ou filósofo que saiba da verdade, exatamente porque é pequeno como é. Pensar no tempo me deixa com o peito vazio. É a parte ruim da mesma sensação de ansiedade antes de entrar no palco, é o mesmo vazio, mas a espectativa é por algo desconhecido e estranho. Definitivamente não são os holofotes e as palmas que vem, e acho que até onde eu enxergo quando olho pra frente eu não enxergo, só olho, por isso não vejo e então não conheço.

Nomes inventados, certo e errado inventados, funções e importâncias inventadas. Esse vazio no peito quase me faz vomitar e cair em um sono profundo, como fuga de coisas tão desconhecidas e inalcansáveis. Eu não queria me sentir terrivelmente condenada por não ter controle sobre as coisas mais certas. Daí eu tenho medo do céu (céu, não paraíso - pois não acho que haja um), medo da grandiosidade de qualquer coisa incrível exatamente porque eu não sei de nada. Tenho medo das mentiras dos livros mais bem escritos (segundo o que pensamos), evito falar sobre morte e não gosto dos comentários do tipo "parece que foi ontem". Tenho medo de me agarrar a coisas desnecessárias mentindo para mim mesma, como já me peguei fazendo ("Não! Não parece que foi ontem, parece que faz tempo!"). Não quero esconder meu rosto em uma máscara sem furos para os olhos, apesar de não enxergar.

Eu queria acreditar em um monte de coisas, mas eu não consigo. Queria muito, porque sentir o que eu sinto todos os dias não é brincadeira. Não é.

(27/09/2007)

posted by Mariana Waechter  # 6:58 AM
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