(Negro, bandana na cabeça, dando risada e fazendo piada com o médico)
- Vira pra lá, agora é a picada, melhor não olhar.
(Olho pro outro lado)
- Ui.
- Ah, vai, nem doeu.
- Não.
- Viu só?
- Em quanto tempo eu durmo?
- Quando eu começar a aplicar a anestesia, em menos de um minuto.
- Ah.
(Movimento no quarto, enfermeiras e assistentes, tudo sendo esterilizado, aquelas luzes verdes e grandes, o frio da sala de cirurgia. Ele pega uma seringa enorme)
- Vai ser que nem tomar caipirinha: as coisas começam a dar uma girada e você dorme de roncar.
(Começa a injetar o remédio no tubo. Eu olho pro teto sentindo a diferença, minha respiração fica difícil e as coisas realmente começam a girar)
- Nossa, que bizarro!
(Risos ou alguma conversa. Eu tento manter meus olhos abertos, mas não dá mais. Puf. Acordo em outro sala, querendo vomitar, um enfermeiro simpático, Fábio, começa a falar que é efeito da anestesia o enjôo, fala mais um monte de coisas que eu não consigo lembrar. Eu vejo mais gente dopada chegando. Não sei quanto tempo, mas fico nessa sala, pergunto o que vão fazer comigo a seguir, o Fábio me explica didaticamente, me manda não parar de respirar [isso é quase possível naquela situação]. Depois de um tempo me despeço dele, agradeço, ele dá um sorrisinho, eu lembro, e vou pra outra sala, durmo, vomito sangue, peço pra chamarem minha mãe e meu namorado e converso com enfermeiras fofinhas. Essas coisas).
Très bizarre. :D