_ Sabe, foi o melhor fim de ano que eu já tive. Digo, assim, os últimos meses. Tanta coisa...
_ Ah, é mesmo?
_ Foi. - ela olhou pela janela, sentiu o vento gelado entrando rápido, suspirou e sorriu. O fusca sacolejava e as luzes de Natal nas casas passavam rápido, enquanto ele sorria com os olhos e tragava o cigarro de menta, guiando. Ficavam em silêncio, às vezes, apesar de ser raro, porque eles estavam sempre rindo, o que era estranho se fosse lembrado a quantidade de vezes pelas quais passaram por situações constrangedoras e sufocantes. Eles se gostavam. Todos diziam que seria compreensível se... ou se... ou então se..., mas nunca compreendiam.
Por incrível que pareça, ligavam muito pouco ou não ligavam pra o que "todos" diziam. E não se arrependiam.